Especialista ou generalista ?
O que queremos ser? O que queremos consultar? Qual tem mais valor?
Em um mundo onde cada vez mais coisas “especializadas” são feitas muito mais rápido e melhor com o uso de tecnologia, onde entramos nisso? Cabe a nós, humanos, nos tornarmos generalistas? Mas isso não nos tornará todos muito “vazios”? sem instrumento ou diferencial para que o que fizermos ou produzirmos ter algum valor? Vamos a mais essa reflexão.
No mundo há não muito tempo atras, ~ 200 anos atras, a ocupação das pessoas era em sua grande maioria definida por uma profissão e ligada quase que diretamente ao seu nascimento. O filho do serralheiro, seria serralheiro, o filho do padeiro, padeiro, e por aí vai. Mas após a revolução industrial isso mudou e abriu espaço para comerciantes e industriais subirem, permitindo que o filho do padeiro fosse trabalhar em uma indústria. Em ambos os casos a especialização era buscada e era em grande parte o que dava valor à força de trabalho na época. E seguiu assim até não muito tempo atrás (~50 anos). Com o conhecimento ainda concentrado em poucos lugares, essa especialidade tinha quase que como uma reserva de mercado de trabalho para quem conseguisse ter acesso a esse conhecimento.
O fato de uma pessoa ter acesso a uma universidade de ponta já a colocava no circuito restrito das pouquíssimas pessoas que tinham acesso àquele conteúdo que era ali discutido. A biblioteca e o acesso aos professores eram um exemplo claro de fontes de informação que só quem estava lá dentro conseguia ter. E com esse conhecimento vinha a especialidade.
Para quem já lê alguns de meus textos já é claro que conhecimento hoje em dia não é mais restrição. Vivemos em um mundo de abundância onde conseguimos aprender sobre o que quisermos, desde coisas simples como fazer uma torta de morango, igual à melhor torta de morando do mundo (hummm deu até vontade!), consertar uma cortina da casa, e até coisas mais complexas como entender Blockchain, DEFI, física quântica etc. Tudo online e disponível para qualquer pessoa aprender.
Única restrição hoje é tempo. Nem a base de aprendizado considero mais uma restrição, já que é uma questão de tempo para fazer o catch-up e estar no mesmo nível de quem está um pouco a frente. Talvez capacidade cognitiva seja uma restrição, que pode ter muito a ver com nutrição nas fases iniciais da vida das pessoas e que pode deixar alguns do mundo fora dessa discussão, mas de modo geral posso dizer que todos os que estão aqui lendo esse texto tem as capacidades que descrevo para aprender qualquer coisa.
Bem, mas considerando que podemos aprender tudo, queremos? É necessário?
Pergunta super válida e que está no cerne da discussão entre especialista ou generalista. Acredito que estamos em uma nova fase no que tange ao que precisaremos para frente. A utilização me massa de Inteligência Artificial (AI), parece que será capaz de exportar ainda mais dos humanos capacidades que hoje temos como especializadas. As capacidades motoras, ou seja, necessidade de humanos para atividades de precisão ou força já vem sendo substituídas há tempos por máquinas e robôs. O que era um diferencial entre nós hoje não é mais, ou melhor, não é mais na maioria dos casos, já que para algumas atividades não repetitivas e especificas isso ainda conta como um diferencial. Por exemplo, se você precisa instalar um lustre ou embalar suas coisas em uma mudança de casa não temos máquinas para fazer isso. Ao menos, não ainda.
Mas o ponto aqui é que com AI se expandindo mais e mais coisas acabam deixando de ser diferencial para nós e a especialização pode nos tornar rapidamente ultrapassados, sem valor comercial. Isso jogará todos nos a buscarmos ser generalistas?
É uma alternativa, mas vale lembrar que mesmo a tecnologia que esmaga alguns especialistas também cria outros. As várias posições em aberto para especialista em “prompt” do midjournay ou do ChatGPT que o digam.
Um fato pontual e interessante nesse ambiente, é que até alguns especialistas que hoje muitos acham que estão com o “burro na sombra”, tais como os programadores, também já conseguem ver um futuro em que suas especialidades podem ser menos requeridas. Por exemplo, essa última atualização do ChatGPT vai permitir o uso do sistema deles de forma a criar sistemas específicos, privados ou não, que serão treinados com dados que os responsáveis pelo sistema colocarão lá. Tudo podendo ser feito por uma pessoa sem conhecimento nenhum de programação. O que isso quer dizer? Que eu e você, conseguiremos criar um GPT, esse é o nome que deram, que vai usar somente dados que nos provemos para ele. Por exemplo, que tal colocar lá coisas super personalizadas que você tenha (suas publicações do Instagram?) e criar um GPT que atue como você no Instagram? Incrível e ao mesmo assustador, não?
Bem, mas voltando ao ponto, para mim está claro que, tirando alguns seguimentos muito específicos, partiremos todos para ser generalistas. Ainda haverá o produtor de facas artesanais que produzirá a melhor faca do mundo, o especialista em finanças que irá te dar a melhor assessoria para você investir o seu dinheiro e o programador que te ajudará a colocar o seu website no ar, mas cada vez menos pessoas serão necessárias nesse processo.
Agora o outro lado da moeda é interessante. Qual o grau de profundidade que o generalista vai precisar ter em todos os assuntos onde é especialista? Pois é, até dá para ser generalista de tudo, mas daí acho que falta tempo! Então o que acho que acontecerá é que seremos generalistas, mas com algum, ou alguns, alicerces mais importantes fincados na terra, ou se preferir um generalista com algumas especialidades.
Eu, por exemplo, consigo discutir com certa propriedades sobre coisas tão amplas, como uso de energia nuclear na indústria automobilística, possível soluções/discussões sobre conflito bélicos, a produção de chips em Taiwan, soluções de energia renovável, uso de Zero Knowledge (ZK) em Blockchain, uso de AI na educação e por ai vai, mas o meu histórico de ter trabalhado como trader no mercado financeiro por mais de 20 anos e estar em inovação/Blockchain há mais de 8 anos, me traz um alicerce de especialista no mercado financeiro e em inovação/Blockchain. Muito disso atrelado ao tempo meu gasto nesses dois setores/itens.
Um fator importante também é que meu histórico de trader moldou minha forma de pensar de tal forma que eu sempre busco o máximo possível de informação sobre o que quer que seja antes de entrar em qualquer discussão ou tomar uma decisão, o que não quer dizer que eu não tenha a consciência de que no momento da discussão/decisão terei 100% da informação. Sei que não, e que toda discussão / decisão sempre terá um fator probabilístico.
Me considero um generalista ou especialista?
Essa é outra pergunta que para mim é desconfortável de responder. Como disse acima tem uma parte de mim que foi criada e treinada para ser um especialista, mas hoje diria que sou mais generalista do que especialista e conviver com esse conflito interno faz parte do que sou hoje. Acredito que muitos da minha geração tem esse mesmo conflito. Minha dúvida é sobre as gerações mais novas, que já ingressaram ou ingressarão no mercado de trabalho com os conceitos e facilidades que a tecnologia atual provem e talvez já ingressem diretamente como generalistas.
Uma coisa curiosa dos últimos meses é que apesar de me considerar mais para generalista, nos últimos anos tenho focado muito em entender o futuro do dinheiro e estudado e criado muitas coisas sobre Blockchain, CBDCs e stablecoins, inclusive um livro mais recentemente, e após o aparecimento do DREX no Brasil começou a chover especialista no assunto. Alguns “especialistas” que começaram a estudar e atuar no setor há pouquíssimo tempo. Em um mundo com informação abundante isso não me surpreende, já que é só questão de tempo para todos processem a mesma quantidade de informação que eu processei para chegar ao conhecimento e experiencia que tenho sobre o tema. O que me surpreende é que me parece que alguns nem se deram o tempo necessário para acessar essas informações e se tornam “especialistas” em pouquíssimo tempo!
Acabei o paragrafo anterior e estou aqui rindo! Eu me considerando generalista e impactado por conta de alguns que se dizem especialista sobre um assunto que me considero especialista. Deu loop! Kkkk. Incrível como ao longo de um texto e uma reflexão consigo me ver nos dois chapéus, especialista e generalista. Isso só me demonstra o qual difícil é essa marcação. É o mesmo para você?
Outra discussão importante é ainda ver o sistema educacional, na imensa maioria das escolas e universidades, ainda focarem nos especialistas. Será essa a base de especialistas que depois se tornarão generalistas que queremos? ou estará o sistema educacional na beira do precipício?
Bem, por fim gostaria de deixar uma provocação a vocês. Se tivesse que se descrever hoje, se descreveria como Especialista? A acha que assim será nos próximos anos? Ou como generalista? E como se diferenciará dos inúmeros generalistas que estamos criando? Comente abaixo!
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