🤯 Conteúdo em tempos de AI
Vários modelos de negócio sob ameaça 😯
Antes que você tenha expectativas de encontrar nesse texto mais sites, app e coisas correlatas para usar inteligência artificial (AI) no seu dia a dia, já adianto que esse não é o objetivo aqui. Óbvio que não terei como fugir de citar alguns, mas meu objetivo nesse texto é: como nós, produtores de conteúdo, vamos nos adaptar a esse mundo em termos de modelo de negócio. Vamos a ela.
Duas formas que vejo AI interferindo no nosso dia a dia, a mais fácil de ver é a questão do aumento de produtividade que ela nos traz. Quando usamos ChatGPT para fazer pesquisa, corrigir textos e até para gerar respostas de e-mails, ou plataformas que fazem cortes automáticos de vídeos, ou soluções de gestão de clientes, automatização de processos e geração de insights que ou não conseguiríamos ter ou demoraríamos muito tempo, o que buscamos, e na maioria das vezes encontramos, é um imenso aumento de produtividade. Já vi estimativas que vão de aumento de 30% a 100% de produtividade, dependendo do trabalho. Outra coisa que também impressiona é que se espera que todo esse aumento seja sentido ao longo dos próximos 7 anos, prazo deveras curto.
Bem, sobre essa forma de impacto de AI você já deve ter lido, ouvido e em muitos casos até discutido. Mas o que quero focar aqui é a segunda forma que estou vendo. A forma como AI consome dados e os modelos atuais de geração de conteúdo.
Hoje temos várias empresas que consolidam/facilitam para que geremos conteúdo online e o modelo é tão simples, como você gera o conteúdo, faz upload e à medida que a plataforma for monetizando esse conteúdo um pedaço desse $ vai para você. Youtube é o principal expoente desse modelo. Um percentual significativo do que ele arrecada via publicidade dos vídeos é distribuído para os produtores desses vídeos. Substack, que é a plataforma que viabiliza meu site e esses e-mails que mando, também funciona de forma similar, mas não via propaganda e sim via assinatura. Tudo grátis, mas sobre os assinantes que pagam ela fica com um percentual.
Muitos acabam escolhendo modelos mais independente, blogs e sites por exemplo, onde não recebem nada, mas geram conteúdo e trabalham bastante para ter seu conteúdo super bem ranqueado no google para esteja lá no topo da lista e atraia as pessoas para seu site/conteúdo. Após isso, a ideia é fidelizar esse cliente e tentar depois extrair a monetização.
Com AI. Esses dois modelos estão ameaçados.
O primeiro porque AI tem a possibilidade de resumir os vídeos/textos, ou até lê-los para você, mas sem que a pessoa saiba exatamente onde esse conteúdo está. Ela se utiliza de todo o conteúdo que foi feito, o trata e o entrega da forma como o usuário quiser. E o mais importante, se o youtube reparte um pedaço da sua receita com o provedor do conteúdo, no caso de AI, isso não existe. Ela usa os dados, faz o que quiser com ele e não paga absolutamente nada por isso. Parece injusto, ne? Como fica o incentivo para o gerador de conteúdo o fazer? Pois é! Isso só me demonstra que algo terá que mudar nesse modelo de incentivos.
No segundo caso, o do google, ao usá-lo como ferramenta de busca ele direciona os usuários para onde o seu conteúdo está, gerando para você o que chamam de Lead. E daí cabe a você “encantar” esse lead para transformá-lo em uma pessoa que pagaria algo por algo que você esteja fazendo. Agora no caso de usarmos AI como ferramenta de pesquisa, ChatGPT por exemplo, não há esse redirecionamento. A pesquisa nele já te volta com a resposta depois de ter pesquisado em todos os dados online sobre o assunto. Mais uma vez, você perde a possibilidade de ter contato com o cliente e não recebe nada pelo uso dos seus dados. Mais um modelo de incentivos que deve mudar.
Na base dessa discussão está a utilização dos dados que geramos online. Será que iremos para um cenário onde tudo terá que ser “gated” para AI não ter esse acesso ou pagar por ele? Como manteremos o contato com o cliente se AI vai centralizar toda essa relação? Seremos simplesmente geradores de conteúdo para ser consumido por AI e não mais por nós, humanos? Será Web3 e tokens a solução para isso?
Perguntas e mais perguntas que não tenho resposta. Se você tem alguma luz sobre isso por favor comente abaixo e vamos discutir.
Abcs,
Gustavo Cunha
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