🤖 Isolacionismo em um mundo de Impressão 3D, Blockchain, IoT e AI
Faz Sentido?
Muito do que escrevo gira em torno de como a tecnologia atual tem impulsionado uma enorme eficiência em praticamente tudo que fazemos. De blockchain a inteligência artificial, passando pela Internet das Coisas (IoT), a direção é clara: mais escala, mais alcance, mais velocidade.
Mas, curiosamente, no outro lado dessa equação, assistimos a líderes globais adotando posturas que caminham na direção oposta: isolacionismo, nacionalismo econômico, incentivo à produção local. A grande pergunta que se impõe é: como conciliar esse movimento de integração inevitável com a tendência crescente de fechamento dos Estados? É possível? Ou, talvez, esta seja a grande oportunidade para países e regiões que adotarem estratégias menos isolacionistas se destacarem no cenário mundial?
É sobre essa tensão que escrevo a seguir.
É inegável que boa parte do crescimento global nas últimas décadas foi impulsionada pela abertura comercial. A criação da União Europeia, com seu mercado comum e moeda única para muitos membros; as cadeias de produção globais, envolvendo fornecedores de vários continentes (Embraer aqui é o grande exemplo no Brasil); a ascensão da China e do Sudeste Asiático como peças-chave desse arranjo — tudo isso foi essencial para alcançarmos os patamares de prosperidade atuais.
No entanto, o mundo está mudando rapidamente. Inteligência artificial, a digitalização e a tokenização emergem para remodelar pilares fundamentais da globalização. Um deles é o pilar físico da produção. Manufatura, que foi o centro do crescimento de tantas nações, parece deixar de ser o grande foco para o futuro. Impressão 3D avança a passos largos, enquanto a robótica ocupa espaços cada vez mais amplos, fazendo com que a produção final de bens fique cada vez mais distribuída e mais perto do consumo final.
Não está distante o dia em que poderemos "imprimir" uma cadeira de madeira — ou até mesmo alimentos — dentro de casa, sem necessidade de transporte internacional. Isso deverá levar a uma transformação que reduzirá drasticamente a dependência de cadeias logísticas longas e complexas. O comércio físico tenderá a se concentrar nos insumos
Neste novo mundo, o foco da globalização muda: sai o controle da produção física, entra o controle da tecnologia. As cadeias globais de valor não desaparecem, mas quem dominar as plataformas digitais, os sistemas de inteligência artificial, a infraestrutura de blockchain e as redes IoT terá vantagem decisiva sobre os demais.
Pensemos no Brasil: hoje, exportamos grãos para a China, que vai com percentuais altos de agua, para essa os transformar em proteína animal. Mas, em breve, poderíamos exportar compostos granulados, permitindo que bifes de porco sejam "impressos" localmente, com muito mais eficiência. O transporte seria reduzido drasticamente, e a rastreabilidade dos produtos seria garantida por sistemas RFID integrados a blockchains, com liquidação financeira em stablecoins ou moedas digitais de bancos centrais (CBDCs).
Nesse contexto, o isolacionismo não representa uma vantagem. Nenhum país hoje é autossuficiente. Seja em recursos minerais, tecnologia, alimentos ou talentos, a interdependência global é realidade incontornável. Além disso, o desenvolvimento tecnológico depende do diálogo global. Pesquisadores, cientistas, engenheiros — todos se beneficiam enormemente do intercâmbio de ideias e da colaboração internacional.
E aqui tenho que entrar nas estratégias dos dois maiores países atualmente: China e USA. A China, mesmo com algumas políticas internas de controle, mantém uma estratégia aberta de integração econômica global. Já os Estados Unidos, sob o atual governo, têm adotado uma postura mais protecionista, tentando corrigir déficits internos e externos, mas ao custo de arriscar seu protagonismo em uma economia mundial que caminha para a interconexão digital total.
É verdade que os déficits americanos preocupam, e que a dívida pública cresce em ritmo alarmante. Mas uma coisa é o diagnóstico; outra, muito diferente, são os remédios que se escolhe.
Cresci em um mundo onde a globalização, o livre comércio e o fluxo de pessoas eram vistos como motores incontestáveis do crescimento econômico. Continuo acreditando que esta é a via mais segura para o progresso. Ajustes são necessários? Sim, sempre. Mas não vejo razão estrutural para abandonarmos a ideia de um mundo aberto e cooperativo.
Por fim, uma nota sobre a economia americana: desde 2008, sucessivas crises levaram a políticas monetárias frouxas, injetando liquidez para evitar colapsos. No entanto, como ensina qualquer manual sério de economia, essa escolha tem um preço: ou maior inflação, ou menos crescimento futuro — ou, no pior dos cenários, ambos ao mesmo tempo. Espero, sinceramente, que sejamos capazes de evitar essa tempestade perfeita e que essa políticas isolacionistas se revertam logo.
Abraços,
Gustavo Cunha
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Muito interessante a reflexão Gustavo. Me pergunto se nesse cenário o Brasil teria mais chances de empobrecer do que de enriquecer, já que não somos referência nas novas tecnologias e ainda não conseguimos resolver os velhos problemas do kit Brasil.