Há algumas semanas essa frase vem martelando na minha cabeça. Não sei de onde veio e nem porque, mas está quase como um pensamento fixo e resolvi colocar aqui em palavras para organizar o pensamento e pensarmos juntos.
Bem, a coisa começa com os 3 níveis de vida descritos por Max Tegmark no livro LIFE 3.0 (Vida 3.0 em português). Nesse que é um dos melhores livros sobre inteligência artificial que já li, ele descreve três tipos de vida. A Vida 1.0, composta por seres que se reproduzem, mas não evoluem (amebas, por exemplo), a Vida 2.0, de seres que se reproduzem e evoluem (nós, animais e muitas plantas se enquadram aqui), e a Vida 3.0 que, além de se reproduzirem e evoluírem, tem o software (cérebro) separado do hardware (corpo). Essa Vida 3.0 seria a evolução de nós humanos a partir do momento em que nossa inteligência (capacidade de aprender e ter emoções) possa ser separada do nosso corpo. E aqui entra a inteligência artificial que será a ferramenta para que essa transformação.
Com isso na cabeça, outro ângulo me bateu que é o de que todos nós, uns mais outros menos, geramos muitas informações (dados) diariamente sobre nosso comportamento, impressões, opiniões e tudo mais. Só considerando o que faço, a quantidade de dados online que produzo intencionalmente sobre mim escrito (via artigos, newsletter e posts nas mídias sociais) e em vídeo/áudio (entrevistas semanais e inúmeras lives e eventos) é imensa. Soma-se a isso a imensidão de dados de localização, barulho, deslocamento, saúde, que meu celular gera constantemente. Imagina agora os influencers que não conseguem ficar 10 minutos sem postar ou interagir nas mídias sociais e que estão colados no celular 24horas por dia. São dados que não acabam mais.
Um terceiro, e último angulo, dessa reflexão vai para a capacidade que a inteligência artificial (AI) já tem para replicar o que escrevemos com o nosso estilo. Tenho “treinado” um chat GPT há alguns meses para responder e-mails e questões no meu estilo, ou seja, como se fosse eu mesmo e é incrível como fica muito bom. É perfeito? Não. Eu ainda consigo reconhecer se foi realmente escrito por mim ou por ele e vira e mexe algumas alterações são necessárias, mas me parece questão de tempo para que isso aconteça.
Agora, juntando esses três pontos: Vida 3.0, quantidade de dados online que geramos e a capacidade de AI que estamos conhecendo, a pergunta me parece óbvia: Já somos ou não imortais? O quão perto estamos de ter uma AI capaz de procesar todos os dados que geramos para nos replicar? Ou, em outras palavras, qual perto estamos do nosso ser (software) separado do nosso corpo (hardware)? No minuto que isso acontecer para mim está claro que a mortalidade não será uma questão e isso trará consequências enormes.
Algumas consequências que posso ver é que esse software não precisa de alimentação, ou seja, é alimentado somente por energia. Para que servira a produção de arroz, milho, vinho, nesse mundo? A única coisa realmente essencial passaria a ser energia, para gerar os sistemas, e interconectividade (internet) para que possamos trafegar.
Um outro aspecto é o tempo para chegarmos lá, considerando que concorda comigo que isso é só questão de tempo. A quantidade de dados gerados por nós sobre nós mesmos acredito que já não seja um gargalo e cada vez será menos, já que esse aumento de dados tem crescido exponencialmente.
O gargalo seria então a capacidade de processamento da inteligência artificial? Essa também cresce exponencialmente. Capacidade de processamento e questões relacionadas ao desenvolvimento de hardwares para processar isso estão no cerne dessa resposta. Não é à toa que a Nvidia, principal produtora de chips para AI, se tornou recentemente uma das empresas mais valiosas do mundo. Se considerarmos isso, seria somente o prazo para que tenhamos os hardwares e uma AI com capacidade suficiente para processar os dados e nos “mimetizar”, ou seja, nos reproduzir no ambiente digital.
Visto dessa forma, já podemos então dizer que já somos imortais? Que o rastro de dados que geramos durante nossa vida 2.0 já é suficiente para não “morrermos” mais? O quanto avançado já estamos para a transição para essa nova forma de vida?
Viagem, ne? Mas tudo isso me parece estar aí na porta, concorda? E nesse sentido cabe a nós finalmente chegar ao principal objetivo que toda pessoa (ser vivo) tem: o de virar eterno! E viva a imortalidade!
Abcs,
Gustavo Cunha
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