🤖 O Algoritmo Sabe que Você Quase Ganhou
Reflexões sobre consciência num mundo onde tudo virou jogo
Ganância é um sentimento/comportamento que todos carregamos conosco. Está aí em todos e sempre esteve. A diferença é que, hoje, ela encontrou no meio digital um acelerador perfeito: algoritmos que entendem nossas fraquezas, interfaces desenhadas para capturar atenção e modelos de negócio cujo lucro depende justamente de nos manter um pouco mais impulsivos do que gostaríamos de admitir.
O fenômeno das bets no Brasil é um exemplo emblemático. De um lado, temos o futebol — a maior religião do país (aproveitando, parabéns aos flamenguistas pelo ano!). Do outro, plataformas de apostas que transformam cada escanteio em possibilidade de lucro imediato. A promessa é sempre sedutora: acessível, divertida, potencialmente rentável. Mas o detalhe que passa despercebido é que a experiência foi inteiramente otimizada para nos manter num ciclo de excitação, expectativa e tentativa. Não é o ganho que move o usuário, é o quase ganho. É a sensação de que “agora vai”, ainda que estatisticamente o “agora vai” raramente vá.
No universo cripto, temos algo semelhante acontecendo. O ideal libertário da descentralização abriu espaço para várias plataformas que misturam finanças, jogos e especulação num ritmo quase hipnótico. Crypto casinos, tokens de narrativa explosiva, comunidades que elevam tendências ao status de inevitabilidade histórica… tudo embalado numa estética futurista onde o risco parece ser apenas mais um ingrediente da jornada, e não o seu centro gravitacional.
Mais recentemente, os mercados preditivos (Polymarket / Kalshi) vêm adicionando uma camada ainda mais curiosa: a gamificação da realidade. Apostar no resultado de eleições, direção de um ativo nos próximos 15 minutos, decisões macroeconómicas ou eventos geopolíticos não é apenas uma forma de tentar prever o futuro — é transformar o futuro em produto. E embora a retórica da “sabedoria coletiva” tenha seu mérito, também é preciso reconhecer que estamos navegando por um terreno onde informação, incentivo e emoção se misturam de forma inédita.
Aqui vale uma pausa. Não quero aqui demonizar essas ferramentas — elas também são fruto de inovação, criatividade e, em muitos casos, genuína busca por novos modelos de interação econômica. A questão central não é eliminá-las, mas compreender o que elas revelam sobre nós. Porque se existe uma constante nesse ambiente digital hiperacelerado é que os sistemas aprendem rápido… bem mais rápido do que nós, mas nós também podemos, e devemos, aprender.
Por isso, a pergunta que fica é como tomamos o controle sobre nossos viéses em um mundo que os utiliza o tempo todo? Como treinamos consciência num terreno desenhado para nos distrair? A idade é um fator? A iniciativa recente da Austrália de limitar redes sociais para menores de 16 anos pode ser um passo, mas dificilmente é a solução completa. Talvez seja apenas uma tentativa — válida — de sermos manipulados pelos digital somente quando temos mais consciência sobre nós.
O ponto é que, ao contrário do que pode parece, não estamos condenados a sermos jogados para todos os lados por impulsos digitais. Podemos — individual e coletivamente — construir filtros, práticas e políticas que nos tornem menos reféns do estímulo imediato e mais protagonistas das nossas próprias escolhas.
Isso certamente passa por autoconhecimento e pela criação de processos que nos tirem do loop infinito que tantos sistemas querem nos colocar. Fácil de falar, difícil de fazer — mas inevitável se queremos mentes mais saudáveis e independentes no futuro.
A tecnologia continuará a nos testar. Mas nada impede que também nos fortaleça.
No fim, talvez a pergunta não seja “como evitar a gamificação?”, mas: como evoluir com ela sem perder o controle sobre nós mesmos?
Abcs,
Gustavo Cunha
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