🛤️ Quando Parar de Insistir?
Uma reflexão sobre limites, decisões difíceis e o valor de abandonar o que não faz mais sentido.
Há uma linha tênue entre persistência e teimosia. Em um mundo que glorifica a resiliência — muitas vezes de forma cega — raramente paramos para refletir sobre o custo de continuar. Mas talvez devêssemos.
Recentemente, fui exposto a duas histórias que não tinha acompanhado e que me impactaram e surpreenderam muito.
A primeira foi um documentário da Netflix que resolvi assistir sobre o Avicii, o DJ sueco que redefiniu a música eletrônica e que foi tragado por um sistema que exige performance constante. Apesar da fama e do sucesso, ele não suportou o peso do próprio projeto de vida. Parar era visto como fracasso — mas continuar era fatal.
A segunda foi um artigo do Wall Street Journal sobre o processo de morte assistida que ocorreu há pouco mais de um ano com o Daniel Kahneman. O Prêmio Nobel que revolucionou nossa compreensão sobre comportamento humano escolheu encerrar sua jornada com lucidez e controle, optando pela morte assistida. Um ato que, ao contrário do desespero, representa consciência.
Recomendo fortemente que vejam o documentário e leiam o artigo que mencionei acima e que trouxeram essas reflexões que trago a seguir…
É curioso: os dois exemplos nos falam, de jeitos diferentes, sobre a importância de reconhecer o limite. E isso vale não só para a vida — mas para empresas, projetos, relações e até versões de nós mesmos que já não fazem mais sentido.
No mundo dos negócios, pivotar é quase um mantra. Mas, na prática, nem sempre é simples. Como saber se é hora de ajustar a rota ou de sair do mapa? Quando estamos enfrentando obstáculos naturais de qualquer jornada… e quando estamos, na verdade, cavando mais fundo um buraco de um projeto que já era?
Talvez a pergunta mais honesta não seja “quando parar?”, mas sim: por que continuar?
Ainda estamos aprendendo, evoluindo, sentindo tesão pelo que estamos fazendo? Estamos felizes com o progresso? Ou só seguimos porque “já investimos demais”?
Aqui me vem à cabeça o conceito de sunk cost (ou custo irrecuperável, em português), um termo da economia e da psicologia comportamental que se refere a todo recurso (tempo, dinheiro, esforço) que já foi investido em algo e que não pode ser recuperado — independentemente do que você fizer daqui pra frente. A armadilha do sunk cost é que, muitas vezes, a gente continua insistindo em um projeto, uma ideia, uma relação ou um investimento só porque já colocou muito nele… mesmo quando os sinais mostram que seguir pode não fazer mais sentido.
E na vida pessoal, o mesmo se aplica. Será que precisamos, o tempo todo, ter um projeto em andamento? Um propósito grandioso? Uma meta no horizonte? Ou tudo bem, por um tempo, apenas estar — e observar?
É possível que desistir de um caminho seja, na verdade, um avanço para outro. E se parar não for o fim de algo, mas o começo de uma nova leitura sobre o que queremos ser?
Nem sempre a resposta virá de imediato. E tudo bem. Às vezes, as melhores decisões nascem do silêncio. De olhar ao redor. De escutar aquilo que, na correria, a gente costuma ignorar.
A insistência pode ser virtude. Mas a escuta atenta, o ajuste de rota, o espaço para o novo — isso sim pode ser estratégia. Pode ser maturidade. Fácil demais de falar, difícil demais de fazer! Mas… quem disse que tem que ser fácil? Quem disse que com a idade isso fica mais simples? Quem disse que vamos acertar mais do que errar?
Para mim, e acredito que para muitos de nós, mudar nunca é fácil. E se ganhamos com a idade mais experiência e maturidade, perdemos em flexibilidade e disposição. E o desafio é manter essa balança equilibrada. Sabemos mais o que queremos, mas mesmo assim temos que estar abertos a estar errados, a arriscar, a sair da famosa zona de conforto. Desistir às vezes, reiniciar sempre. Se reinventar. 1, 2, 3 vezes… ou quantas forem necessárias. É isso que o mundo da inovação e das startups nos mostra. Ter resiliência. Correr, insistir. Mas sempre?
Caramba, o texto rodou em círculos aqui... você também sentiu isso? Será que consigo concluir — ou será esse o ciclo da vida de empresas e pessoas? Um constante conflito entre insistir e parar? Uma dinâmica circular que temos que enfrentar o tempo todo? Até quando? Em tudo? Quais os alicerces de sustentação que precisamos ter? São mais físicos ou psicológicos?
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Bem, termino por aqui sem realmente conseguir concluir. E tudo bem. Espero que essa minha forma de viver esse processo de insistência e desistência constante ecoe por aí e te ajude a, mesmo que inconclusivamente, levantar pontos importantes no caminho.
Talvez a grande mensagem aqui não esteja no ponto de chegada — mas na qualidade das perguntas que fazemos ao longo do caminho.
Abraços,
Gustavo Cunha
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É desafiador e até mesmo difícil tomar algumas decisões ao longo da vida e quanto mais envelhecemos lutamos ainda mais, tanto conosco ou com oque precisa ser mudado. Obrigado pela reflexão