⚔️ Quem dominará o mercado financeiro em 10 anos?
Bancos, big techs e DeFi disputam o controle do dinheiro global.
Quando a gente olha para o mapa atual do sistema financeiro global, é difícil não enxergar os gigantes que sempre estiveram lá. Nomes como JPMorgan, Goldman Sachs, Nasdaq, Bloomberg, Itaú, Bradesco e a própria B3 fazem parte do alicerce institucional sobre o qual boa parte da economia mundial opera. Essas marcas carregam décadas – em alguns casos, séculos – de credibilidade, de infraestrutura e de influência. Mas será que daqui a dez anos esse mesmo grupo estará por aí? Ou será que, assim como já vimos em outros setores, a revolução tecnológica vai deslocar essas forças e dar lugar a novos protagonistas? Vem comigo nessa discussão.
Para começar é importante termo consciência de que hegemonia de empresas tem prazo de validade. Basta olhar para o ranking das 10 maiores empresas do S&P 500 ao longo das últimas décadas. Nos anos 1980, ele era dominado por nomes como Exxon, General Motors, IBM e GE — o retrato de uma economia industrial. Duas décadas depois, esse pódio começou a mudar: surgiram Microsoft, Apple e, logo depois, Google e Amazon. Hoje, quase todas as líderes são empresas de tecnologia.
É aqui que surgem as primeiras suspeitas de estarem no grupo de dominantes do mercado financeiro em uma década: as chamadas big techs. Amazon, Google, Microsoft, Meta e Apple já controlam dados, conexões, redes de pagamento e até identidades digitais em escala mundial. Não seria nada absurdo imaginar que, com mais uma década de inovação, essas empresas consolidem uma hegemonia também nas finanças globais. A Apple já testa carteiras digitais; a Amazon tem braço financeiro próprio; a Microsoft vem se posicionando com infraestrutura de nuvem para todo o mercado de capitais.
A lógica parece inevitável: quem controla os dados, controla os fluxos de dinheiro e por mais que elas tenham, até o momento, somente gravitado e feito parcerias com os grandes do mercado financeiro global, a pergunta é: até quando? Meta com o lançamento frustrado de sua stablecoin (Libra que depois foi rebranded para Diem e depois descontinuada) mostra que essa discussão as vezes passa para ação.
Mas há um terceiro jogador surgindo nesse tabuleiro: um conjunto de protocolos descentralizados que combinam duas características aparentemente contraditórias: a robustez da infraestrutura financeira com a velocidade e a abertura da tecnologia de código aberto. É nesse ponto que entra o universo das DeFi, as chamadas finanças descentralizadas.
Um exemplo emblemático é a Chainlink. Para muita gente que acompanha o mercado tradicional, o nome pode soar estranho e até desconhecido, mas uma das coisas que ela faz é o que Bloomberg e Reuters vêm fazendo há décadas: fornecer dados de preço confiáveis para liquidação de contratos. Quem já trabalhou com derivativos de câmbio sabe bem – durante anos, muitos contratos de OTC eram liquidados usando o valor publicado pela Reuters em determinado horário. O Banco Central do Brasil tem a sua PTAX, que cumpre a mesma função. Esses são “oracles centralizados”: instituições que publicam um número e todo o mercado concorda que aquele é o número “oficial”.
A diferença é que a Chainlink leva essa função para um ambiente distribuído, auditável e de código aberto. Ela conecta o mundo “real” de preços e eventos ao mundo digital dos contratos inteligentes. Imagine um swap cambial sendo liquidado não mais pela Reuters, mas por uma rede descentralizada que puxa dados de dezenas de fontes simultaneamente, elimina o risco de manipulação e executa a liquidação em tempo real, sem intermediários. É mais rápido, mais barato e, em tese, mais confiável. Não é ficção científica – é algo que já está acontecendo e que começa a se infiltrar no mercado tradicional, o chamado TradFi.
Outro caso disruptivo é o da Uniswap. Se hoje a B3 ainda concentra toda a negociação de ativos no Brasil, esse modelo pode ser colocado em xeque quando tudo estiver tokenizado. A lógica muda completamente: em vez de depender de uma bolsa centralizada, você pode trocar qualquer ativo tokenizado por qualquer outro – ações, moedas, commodities ou mesmo frações de imóveis – em um ambiente descentralizado, 24 horas por dia, sete dias por semana. A fricção que hoje existe entre diferentes mercados tende a desaparecer. E, nesse cenário, a eficiência não está do lado da instituição que cobra taxa, mas do protocolo que roda em blockchain.
E aí vem a grande questão: em 2035, quando olharmos para a lista das maiores empresas financeiras do mundo, será que ainda veremos lá os nomes consagrados como JPMorgan, Nasdaq, Bloomberg, Itaú e Bradesco? Ou será que esse espaço estará tomado por gigantes da tecnologia que cruzaram a fronteira para dominar também as finanças? Ou será que não veremos, em vez de empresas de origem tradicional, protocolos descentralizados de DEFI como protagonista?
O que parece certo é que os próximos dez anos serão definidos por esse embate: instituições tradicionais tentando preservar seu espaço – com os reguladores como aliados naturais –, big techs usando sua escala e proximidade com o usuário para capturar novos territórios, e protocolos abertos oferecendo alternativas mais rápidas, baratas e globais.
Quem vai vencer? Difícil prever. Mas talvez a pergunta aqui não seja essa, e sim: quando chegarmos lá, será que ainda vamos pensar em “empresas financeiras” do mesmo jeito que pensamos hoje? Ou teremos uma grande empresa única e mundial que dominará tudo em um sistema de tecnocracia global corporativa como descrito por Jean-Marie Guéhenno, em seu livro O Fim da Democracia?
Abcs,
Gustavo Cunha
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