Discussão sobre este post

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Avatar de Mauricio Bonetti

Essa discussão na ciência econômica é bem antiga, Smith criou uma teoria do valor trabalho (de onde seu prof de microeconomia extraiu a discussão entre o valor da água x diamante) e que depois foi ampliada por Ricardo. Numa sociedade de mercado, é SEMPRE o mercado quem determina o valor das coisas através do confronto mútuo de diversas mercadorias. Só adquire valor aquilo que tem valor de uso para alguém que esteja disposto (ou obrigado) a obter através de uma TROCA. Então não é a condição intrínseca do produto (ou serviço) que determina seu valor, mas sim a posição dele no mercado. Vamos a um exemplo: Eu asso um pão para consumo próprio. Apesar de ser uma atividade laboriosa, do ponto de vista econômico isso não tem valor (apenas valor de uso para mim), uma vez que esse pão não foi confrontado com outras mercadorias num mercado. À partir do momento em que produzo um excedente de pães e os levo para venda no mercado, ele vai ser confrontado com outras mercadorias e vai ter seu valor aferido. O preço, obviamente será derivado do valor, e sofrerá alterações contingentes a partir da oferta/demanda e outros fatores. O que não muda em nada a questão.

Quanto a seu questionamento sobre a importância que damos a nós mesmos e ao nosso trabalho (note que não estou chamando isso de valor) vira uma questão secundária, o mercado pouco se importa com isso. Dado essa inquietação devemos nos perguntar, a sociedade de mercado (onde praticamente tudo é mercadoria) é a melhor forma de se organizar? Ou devemos transformar mercadorias (tal como assistência médica, educação, habitação, alimentação...) em direitos universais?

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Avatar de Débora Linhares

Aos 21 anos eu ingressei na Xerox do Rio de Janeiro numa área de estudo de viabilidade econômica para importação de equipamentos dos EUA para o Brasil. E lá me foi dito o seguinte: “Débora, a cada 12, 16 ou 18 meses troque de função para aumentar o seu capital intelectual e valor no mercado. Isso é uma prática das big techs americanas e ao crescer na hierarquia corporativa o número de meses na função aumentava. Fazer isso tem muitos ganhos, porém tem um downside que pode “fire back”. “Humm ela é popcorn, heats up and pops out”, e na verdade graças a Deus que foi assim, porque profissionais ágeis num mundo global cheio de incertezas (VUCA) se não fez isso, está ou infeliz na função ou a se aposentar. Capacidade de absorção de conteúdo, resolução de problemas articulação e maturidade profissional tem mais valia quando o profissional traz tudo isso com muitos anos de experiência e em cargos desafiadores. Então, eu concordo com o. Maurício quando ele fala, da importância de darmos valor a nós mesmos, e eu adiciono, que é de extrema importância também ter atenção para não misturar-se com profissionais que não tem valores similares a nós. Ao amadurecermos ficamos mais exigentes e se não faz sentido, pois nos coloca infinitamente numa posição inferior ao que merecemos estar, what for? A questão valor tem um peso muito maior a proporção que galgamos anos de estrada.

Adorei o texto Gustavo. Ótimo ! And look: “it’s not about the bike“. Not at all !

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