🤯 Requalificação
Dado que teremos mais de 2 profissões na nossa vida, quando, como e porque devemos mudar.
Escutando recentemente um dos painéis mensais que a Planejar organiza para os seus associados com o tema longevidade, uma frase ficou ecoando na minha cabeça nos dias seguintes: “requalificação em geral está associada a um downgrade e as culturas latinas não aceitam isso muito bem”. Dado que está claro que todos nos vamos ter mais do que duas profissões durante nossa vida, isso torna a requalificação uma coisa importantíssima de ser feita. É o famoso dois passos para trás para dar três à frente. Mas, se a sociedade reprime esse tipo de atitude, como fazê-lo? Como essa sociedade se ajustará ao aumento de expectativa de vida? Como as pessoas se requalificarão com essa pressão social para que não o façam? Vamos à reflexão sobre isso.
O exemplo dado na LIVE foi de um executivo de uma grande empresa que se aposentou e resolveu ser taxista no aeroporto de Guarulhos (SP), que tem os seus carros bem conhecidos pela parafernália de etiquetas azuis que são colocadas no carro. Bem, a família desse ex-executivo foi veementemente contra isso. O que os vizinhos iriam pensar quando vissem o taxi parado na garagem do apartamento deles? Seria um “downgrade” social enorme para a família. Bem, resumindo a história, o ex-executivo bancou sua opção a despeito da opinião da família e o que, a princípio, não era bem aceito começou a sê-lo à medida que viram que ele conseguia não só manter o mesmo padrão de vida com o complemento da aposentadoria dado pelo taxi, mas também continuava com a cabeça e físico ativos.
Tenho visto no decorrer dos últimos anos inúmeros casos como esse do taxista e não tenho dúvidas de que as pessoas que conseguem furar os preconceitos sociais e bancam suas requalificações, mesmo que isso implique em dois passos para trás, em pouco tempo se sobressaem, digo, são mais felizes e com vida financeira melhor, do que as que sucumbem à pressão social e não o fazem.
Dar dois passos para trás nunca é fácil, mas em um mundo como o atual, cheio de oportunidades e com uma necessidade de adaptabilidade que nós temos que ter se tornou essencial. Quem não o fizer morrera. Será asfixiado financeiramente, ou até mentalmente por ficar vivendo no passado.
Alguns caminhos facilitam isso, tais como mudar de cidade ou até de país. Estar fora da “pressão” social dos amigos, familiares e sociedade brasileira em muitos casos te liberta dessas amarras e te deixa livre para inovar, mudar, se requalificar no que quiser.
Não tem como negar que as amizades, familiares e todo o convívio social que temos nos influencia diretamente e no caso da cultura brasileira especificamente, vejo como uma cultura muito preocupada com a visão do outro sobre nossas atitudes. O que vão achar se eu chegar com um carro ruim? Se não estiver tão “bem” vestido como todos? Se na minha garagem tiver um taxi ao invés de um carro particular? Isso coloca sobre nos uma amarra muito grande e que tem que ser retirada, amenizada, para que possamos nos reinventar, nos requalificar para darmos o próximo passo na nossa carreira.
Romper com os padrões dizem que é coisa de adolescente, e tendo filhos nessa idade atualmente, não tenho como negar isso, mas não poderia também ser coisas que temos que fazer em períodos subsequentes da nossa vida? Essa atitude de repudio ao status-quo para se afirmar como pessoa dos adolescentes será uma coisa que teremos que fazer mais do que uma única vez nessa nossa vida longeva.
Quando, onde, como fazer é uma coisa que só cada pessoa, na sua individualidade, consegue responder. O que posso afirmar nesse sentido é que todos, praticamente sem exceção, terão que fazê-lo no decorrer da sua vida.
Um outro ponto importante é que essa visão de dois passos para trás para alçar dois para frente é uma visão muito romanceada desses momentos. A certeza quando a decisão é tomada é de que haverá dois passos para trás. Os três passos para frente são expectativa, esperança e que na imensa maioria das vezes não se torna realidade.
Isso quer dizer que não devemos fazê-lo? Muito pelo contrário.
Aqui vale uma introdução a outra reflexão que devo fazer em breve que tem a ver com protagonismo. Essa decisão dos dois passos para trás pode ser tomada por você ou algo pode simplesmente ter te jogado nela. Aposentadoria, perda de emprego, assalto, guerra, são somente alguns dos fatores que podem, de um dia para outro mudar o estado atual das coisas e, mesmo que você não identifique imediatamente, te jogam os dois passos para trás. Mas não precisa ser assim. Você pode ser protagonista e iniciar o processo por si mesmo.
Voltando ao ponto da requalificação, se requalificar significa ter uma vida ativa por mais tempo, se reinventar. Para um esportista isso já está muito bem estabelecido, já que na maioria dos esportes chega uma determinada idade em que a pessoa não consegue mais competir no mesmo nível que sempre competiu e aí vem a requalificação. Que pode ser para uma coisa similar, tal qual um jogador de futebol que vira técnico, ou não, como um jogador de futebol que se torna DJ ou embaixador de causas humanitárias. Mas em ambos os casos um fator está presente, o de que muito do que o trouxe até aquele momento não será importante nessa nova fase e reaprender e se requalificar é crucial.
Não temos essa noção, mas todos nós, dado que seremos mais longevos, teremos essa mesma transformação que os jogadores de futebol tem. Teremos que nos requalificar para assumir outra posição, fora do campo onde jogávamos. Ter essa consciência já ajuda a encontrar o caminho, se livrar dos preconceitos e amarras sociais também, mas no fundo no fundo toda essa transformação e requalificação sempre tem um pouco de pulo no escuro, em direção ao incerto, imprevisível, imponderável, e saber lidar com esse momento e esses sentimentos requer também um aprendizado que não obrigatoriamente já tivemos.
Tem muito do conceito de empreender atrelado a isso, de saber tomar risco e estar confortável com isso. Mas quanto tempo temos que ficar fora dessa nossa zona de conforto? Haverá uma zona de conforto em algum momento após essa requalificação? Ela tem um fim ou é um processo? Perguntas que continuam ecoando para refletirmos juntos.
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