🥳 Vamos viralizar?
Uma jornada de 4 anos pelas trincheiras digitais para conectar, engajar e crescer
Seja você uma pessoa que somente usa as mídias sociais para lazer e para comunicar com seus amigos e parentes, uma empresa pessoal ou uma empresa gigante, em muitos dos casos o que você mais quer é comunicar com várias pessoas e ampliar a sua gama de amigos, clientes e/ou parceiros, mas cada vez isso está mais difícil e não é por conta do conteúdo ou linguagem que você está usando. Então o que será?
Começo aqui por já adiantar que estou longe de ser especialista nisso e tudo o que colocarei a seguir vem da minha experiencia de ~ 4 anos gerenciando todas as mídias da Fintrender. Um aprendizado constante e sobre o qual gostaria de discutir/dividir com vocês algumas percepções.
Bem, se mesmo melhorando o conteúdo o alcance não aumenta, o que o fará então? Acho que aqui vejo dois fatores. O primeiro é que todas as empresas que são donas das mídias sociais são empresas pro-lucro, ou seja, tem que dar lucro e que tem fontes de receita, diferentes de alguma maneira, mas que sempre envolvem o pagamento para aumentar o alcance dos seus posts. Funciona assim no Instagram, Facebook, LinkedIn, Twitter, Youtube etc. Todas têm modelos de “ads” no qual você paga e daí o seu conteúdo alcança mais pessoas. E aí já aparece a primeira coisa perversa desse modelo. Porque ele deixaria o seu conteúdo viralizar organicamente? Sem você pagar nada? 🤔
O segundo fator tem a ver com o que todos chamam de “entender” ou tentar “enganar” o algoritmo. Nesse sentido os experimentos que eu e outros produtores fizemos no youtube com o Gotas.social durante o ano passado foi emblemático. O gotas, para quem não sabe, é uma plataforma para engajamento que utiliza NFTs e o modelo que usamos era simples. Durante uma LIVE, em algum momento dela, soltaríamos um código que daria acesso a quem o tiver, resgatar um nft exclusivo que poderia ser encarado como um colecionável, uma forma de mostrar que você participa dessa comunidade ou até ser resgatado posteriormente por qualquer prêmio que aquele produtor de conteúdo inventasse. Isso deu uma mega ajudada ao algoritmo do youtube, já que vários dos parâmetros que ele usa (retenção, interação via chat, tempo de visualização etc.) aumentaram consideravelmente, fazendo com que o algoritmo espalhasse mais o conteúdo. Eu praticamente parei de fazer LIVEs no final do ano passado, mas quem seguiu nessa trajetória viu um aumento considerável de seguidores e participantes dos vídeos.
Tem uma frase que não sai da minha cabeça da conversa que tive com o Alexandre Senra, que é a de que educar hoje envolve informar, entreter e engajar. Vale notar que apenas o primeiro tem a ver com o produtor do conteúdo, os outros dois tem a ver com quem recebe a informação. Importante ter isso na cabeça, mas o ponto aqui tem a ver com a divulgação do conteúdo. Posso até fazer algo que informe, entretenha e engaje, mas o que queremos na verdade é chegar ao máximo de pessoas possíveis que entenda esse conteúdo assim. Certamente isso requer um direcionamento do conteúdo em termos de linguagem, visual, dinâmica etc. Desde que comecei a dar aulas está claro para mim que a forma como tenho que comunicar uma mensagem para alunos de 17 anos e executivos de 40 é completamente diferente.
E como viralizamos? Será que isso daqui para frente só com muito investimento? Em muitas startups que trabalham no BtoC (business to consumer), ou seja, que vão direto ao consumidor final, o custo de aquisição desse cliente (CAC) é uma das linhas mais custosas, e que, anos atras, fazia com que elas tivessem anos, e aqui são anos mesmo, de prejuízo até que tivesse o acesso a esse cliente e daí pudesse oferecer vários produtos para ele e começar a ter lucro. Nubank é um dos grandes exemplos mundiais disso. Mas me parece que esse modelo já ficou no passado. Não vejo investidores apostando nesses modelos mais. Querem algo mais sustentável desde o começo. A ver
Um dos aspectos dessa discussão está na dinâmica das mídias sociais e se hoje estamos sendo “escravos” delas. Temos que entender o algoritmo para melhor posicionar os nossos posts; colocar posts toda semana em determinados dias e horários; pagar para que nossos posts atinjam nosso público; isso sem querer mudar o ângulo de visão para o do usuário que fica a mercê desse algoritmo para ver o mundo. Só vê, assiste, lê, o que o algoritmo define que é para ele. 🫣
Tenho hoje grandes amigos que utilizam com primazia as mídias sociais para divulgar e ter o seu business e vejo o trabalho que isso dá. Alguns fazem isso com mais facilidade, outros aprenderam e seguem fazendo. Mas pergunta se conseguem ficar em uma fazenda sem comunicação por uma semana e o pior, perguntem o que acontece com o seu business se isso acontece. Não sei a fundo o que aconteceu com a Nathalia Arcuri (me poupe!) há alguns anos, mas isso demonstra muito a carga física e psicológica que isso impõe nas pessoas.
E sigo fazendo da forma que acho a melhor para mim e para quem me acompanha. Talvez nunca viralize e seja um cara com milhões de seguidores. Talvez pelo nicho e informações que gero. Talvez por não entreter o suficiente. Talvez por não engajar com o público. Talvez só porque não investi tempo (e dinheiro) suficiente no algoritmo. Talvez porque eu não esteja disposto a renunciar a coisas que julgo importantes hoje para focar nisso. Difícil saber a resposta disso, mas o simples fato de ter algo me amarrando ou me “obrigando” a me comportar de determinada maneira já é uma razão suficiente. 😉
Vai ver por isso que gosto tanto dos conceitos de liberdade e propriedade de WEB3. Sem centralização. Sem imposições de grandes corporações. Talvez utópico quando vemos o que temos hoje, mas é empolgante saber que podemos chegar lá.
Termino por aqui com a incomoda impressão de que não consegui concluir nada. Espero ao menos que os pontos que levantei aqui te ajudem a continuar nessa reflexão.
Obrigado pela leitura. Abraços,
Gustavo Cunha
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É sim um baita ponto de reflexão, Gustavo. Há algum tempo, vi a srª. Acure dizendo que passou uma semana na fazenda offline e recomendando esse tipo de atitude para outros creators... A questão é que, provavelmente, enquanto ela descansava, havia um batalhão de pessoas sustentando a máquina dela. Quem não tem esse suporte, fica à mercê das exigências do algoritmo insaciável, o que é sempre exaustivo para mantê-lo a seu favor nesse modelo pro-lucro. Falando da Web3, compartilho contigo o mesmo entusiasmo pelas possibilidades, ao ponto de que em 2019, intrigado com o modelo pro-lucro, iniciamos a jornada da construção de um novo modelo para redes sociais baseado no conceito Tech for Good, com o emprego da tecnologia Blockchain que deu origem à Orimatla (em construção). Com certeza, a cada dia que passa, mais creators têm se incomodado com esse modelo tradicional e os desafios de viralizar de forma orgânica apenas pelo mérito do conteúdo.