🧑💻 Web3: Liberdade digital ou utopia?
Reflexões sobre o Futuro da Internet Descentralizada e o Poder do Estado
Liberdade e controle individual de um monte de coisas está na base do que chamamos de web3, a nova configuração da internet, mas será isso realmente factível? É para lá que estamos indo? Podemos mesmo acreditar nisso ou é muita ingenuidade? Segue minha reflexão sobre isso.
Primeiro vamos definir Web3 e suas características. Com a ajuda do ChatGPT cheguei à seguinte definição: Web3, também conhecido como Web 3.0, é um conceito que se refere à próxima geração da internet, centrada em descentralização, transparência e maior controle do usuário sobre seus próprios dados. Ao contrário das versões anteriores da web, que são essencialmente centralizadas e controladas por grandes corporações (como Google, Facebook e Amazon), a Web3 propõe uma internet em que os usuários têm mais poder e autonomia, utilizando tecnologias baseadas em blockchain e criptografia para criar uma rede mais aberta, segura e resistente à censura.
Ou seja, uma rede que nos possibilita ter controle sobre tudo que temos online sem ter de depender de um terceiro para isso. Isso engloba não só nossos ativos financeiros, mas também dados de Mídias sociais e nossa identidade online. A ideia é que não dependeremos mais de um terceiro como Meta, Microsoft, Google ou Amazon para isso. Alias, um dos melhores exemplos do que é Web3 é sobre como fazemos login nos aplicativos. Hoje o mais comum é usarmos google e meta para logarmos em aplicativos e nos identificarmos la. Em web3 nos logaremos com nossas carteiras digitais, que são nossas e não dependentes de empresas.
Bem, acho que já deu para perceber que web3 traz consigo uma liberdade do individuo que não temos hoje. Podemos escolher entre ter uma identidade única digital (carteira web3, ou chave publica, se assim preferir) e colocar tudo la, ou criar uma enormidade de identidades, uma para cada serviço ou situação que queiramos. Uma confusão que faz com que muito das vezes fiquemos perdidos nesse espaço.
Falando de ativos financeiro, o principal desafio esta nas regulamentações contra lavagem de dinheiro, combate a terrorismo e coisas similares. Todos os Estados hoje têm regras para combater essas atividades ilegais e controlam, de uma forma ou de outra, as empresas que provem atividades financeiras para imputar suas regras a eles. A regulação de Web3 também esta indo nesse sentido, de regular as empresas que provem serviços para esse setor, as chamadas VASPs (virtual assets service providers). Esse parece ser mesmo o melhor caminho, mas não eh o único e também não é uma bala de prata para isso. Como a base da web3 esta no individuo, atividades peer to peer, de individuo para individuo, sem intermediário, e por consequência empresa a ser regulada, saem do escopo dessas regras.
Alem disso, protocolos, stablecoins e outras soluções que focam na privacidade online deixam esse cenário de regulação ainda mais difícil.
Nos últimos anos tenho sido muito impactado por esses preceitos mais libertários que vem da origem do Bitcoin e não tem como negar que isso tem me feito questionar algumas coisas que eu tinha como que escrito em pedra. Uma delas é sobre o controle do Estado sobre o individuo. Muitas regras acabam por definir as pessoas quase que como incapazes e impedindo que elas comprem ou tenham posse de determinados ativos. Um exemplo são as regras de perfil de investidor que, em geral, não deixa pessoas com perfis conservadores comprar ativos mais “arriscados”, como o bitcoin por exemplo, o que acho completamente errado, já que o risco não está no ativo em si, mas na proporção que a pessoa tem desse ativo no seu portfolio. Alguém aqui diria que uma carteira de investimento com 0,01% de bitcoin é uma carteira com perfil arriscado só por conta disso?
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Voltando ao ponto, não vou negar que regras que combatam terrorismo e lavagem de dinheiro são boas para a sociedade como um todo e temos mesmo de ter regras para isso, mas a partir do princípio de que temos regras, onde colocar o limite para elas? Será que como sociedade conseguimos definir isso eficientemente? Difícil responder e acredito que cada um dos leitores aqui tem sua própria opinião sobre isso.
Sempre afirmo que a tecnologia que nos trará CBDCs é boa e trará muitas vantagens para nos como sociedade e que preocupações em relação a nossa privacidade e controle do Estado são preocupações políticas e não de tecnologia. Acredito nisso, mas, e aqui esse mas até me doe em escrever, será que somos mesmo eficientes em fazer com que o Estado esteja sob o nosso controle? Reagan tem uma frase interessante sobre isso: “Se o Estado não está sob o seu controle, ele está te controlando”. Duvidas e mais duvidas!
Agora uma coisa é clara para mim, o avanço da tecnologia virá. Isso é incontestável, incontrolável e imparável. Cabe a nos então fazer com que o Estado esteja sob o nosso controle e não o oposto! Fácil de falar, dificílimo de fazer.
Volta longa para dizer que web3 nos faz questionar muito do status quo da nossa relação com o Estado e como devemos seguir. Ela nos dá uma opção de sair de suas amarras, talvez não totalmente, e talvez eu esteja sendo ingénuo aqui, mas como privacidade e controle estão no core do que chamamos de web3 esse me parece ser o caso.
Dá para acreditar que web3 estará implementada em breve e para todos?
Aqui sou um pouco cético dado o estado atual das suas tecnologias e principalmente sua usabilidade. Tendo interagido nesse ambiente por mais de 9 anos vejo um progresso enorme, mas acho que ainda estamos longe de pessoas com pouco conhecimento de tecnologia consigam usar isso no seu dia a dia. Alguns pontos como custodia própria e segurança digital ainda tem de evoluir muito para que tenhamos um ambiente propicio a que todos possam interagir em web3. Será Account Abstraction e Zero Knowledge o gatilho para isso? Parece que podem ajudar muito, mas só o tempo dira.
Agora voltando ao ponto principal desse texto, em economia temos o conceito de graus de flexibilidade, que esta relacionado à capacidade de adaptação de agentes econômicos (empresas, mercados ou trabalhadores) às mudanças nas condições econômicas e do mercado, e aqui acredito que com web3 ganhamos, como indivíduos, alguns graus de flexibilidade para nos adaptarmos. Trará ela uma solução única e para todos? Provavelmente não, mas o fato de estar aí, ser um questionador do poder do Estado, e nos dar flexibilidade para nos adaptarmos quando discordarmos já tem um poder enorme. Podemos até não usar, mas o simples fato de estar lá já nos gera o conforto necessário de que não estamos sozinhos e temos sim um plano B caso achemos ele necessário!
E viva WEB3 e a liberdade!
Abcs,
Gustavo Cunha
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Dúvidas, dúvidas e mais dúvidas. Gosto muito dos seus textos. Nosso entusiasmo pela tecnologia, em especial a Web3, vem revestido de incertezas e, por que não dizer, de medos. Nada resiste à força de uma mudança quando ela tem que acontecer. São inúmeros fatores que resolvem se agrupar e acontece. É semelhante a um rio, que vai encontrando seus espaços para se expandir e chegar ao mar. E o mar não é o fim!