☔ Hedge em Cripto: Como Blindar seu Portfólio sem Abrir Mão dos Ganhos
Por que as STABLECOINS podem ser o melhor instrumento para hedge em momentos de CAOS
Nessa recente queda de cripto, vi muitas pessoas entrando em pânico ou extremamente preocupadas. Tirando os fatores comportamentais e aqueles que entraram com volumes ou alavancagem incompatíveis com a volatilidade do mercado, muitos me perguntaram sobre hedge – ou seja, como proteger suas exposições.
Bem, a primeira coisa que me vem à mente quando se fala nisso é que o melhor seguro para uma exposição de risco é simplesmente não ter o risco. Se você não tem posições em Bitcoin, Ethereum, Tesla ou Nvidia, pouco importa para onde os preços vão – o impacto na sua posição será zero. Mas isso também pode ser um risco enorme, como já tratei no texto “O Risco de Não Ter Risco”.
Agora, supondo que você, assim como eu, acredita que suas posições são adequadas e têm maior probabilidade de gerar retornos positivos, por que não considerar um hedge caso esteja errado?
Como pensar em hedge?
O primeiro ponto é decidir entre fazer hedge diretamente no ativo ou em outro correlacionado. Explico: se você tem uma posição comprada em Bitcoin, pode comprar uma opção de venda (put) para um determinado preço e data. Hoje, a liquidez para isso já é grande, com a Deribit sendo a principal plataforma para essas operações. No mercado tradicional, desconheço uma entidade que ofereça isso, mas não acho que estamos longe de ver as grandes bolsas do mundo disponibilizando tais instrumentos.
Outra forma é via futuros – colocando o ativo em garantia e vendendo contratos futuros. Isso pode ser feito tanto no mercado cripto quanto no tradicional. Praticamente todas as grandes exchanges de cripto oferecem futuros, enquanto no mercado tradicional lembro da B3 no Brasil e da CME nos EUA, entre outras. No entanto, as exchanges cripto têm uma vantagem significativa: os futuros perpétuos. Essa inovação do mercado cripto permite manter posições vendidas sem precisar se preocupar com vencimentos, tornando a gestão desse instrumento muito mais flexível e eficiente. Se quiser entender melhor como eles funcionam, recomendo meu artigo O futuro de Criptomoedas é Perpétuo, onde explico essa dinâmica em detalhes.
Seja vendendo futuros para reduzir a exposição em certos momentos ou comprando opções de venda, você estará diminuindo sua exposição direta ao ativo em questão.
Hedge via correlação
Outra abordagem é usar a correlação entre ativos. Essa não é uma proteção direta, mas em muitos casos faz bastante sentido. Nos últimos tempos, o Bitcoin tem mostrado alta correlação com a bolsa americana, então vender o S&P 500 ou comprar puts sobre ele pode servir como hedge. Outro exemplo seria usar futuros de petróleo para proteger ações altamente ligadas ao crescimento global.
Aqui, a análise da relação entre ativos e como eles reagem em diferentes cenários é fundamental. Lembro das crises brasileiras dos anos 90, quando a bolsa despencava até que os investidores percebiam que fazia mais sentido ter ativos reais – como ações de grandes exportadoras, cujas receitas eram em dólar. O que antes era visto como risco passava a ser proteção. Será que o Bitcoin pode estar nesse momento agora?
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O custo do hedge
Claro que tudo isso tem um custo. Como dizem, o mercado pode ficar irracional por mais tempo do que você pode ficar solvente.
No caso de hedge via opções, a volatilidade de cripto torna o custo de proteção alto. Isso não significa que em momentos específicos não faça sentido, mas manter essa estratégia constantemente pode corroer boa parte dos ganhos com a valorização do ativo.
Já nos futuros, a situação é o oposto. Em geral, os futuros de cripto são cotados acima do preço à vista, o que significa que operações de compra do ativo à vista e venda do futuro geram um carry positivo. Isso pode ser útil para administrar o tamanho da posição quando a convicção diminui. Sem falar nas estratégias de arbitragem tributária – vender o ativo à vista pode gerar tributação, enquanto a venda do futuro não.
No hedge via correlação, um dos atrativos é justamente o custo mais baixo. Pode-se fazer hedge com ativos de menor volatilidade e, consequentemente, menor custo de proteção. O risco, claro, é que a correlação não se mantenha no momento de crise.
Hedge para caos
E em um cenário de colapso total? Como em 2008 ou nas crises dos anos 90?
Nessas situações, o mantra cash is king domina os mercados. Há uma corrida desenfreada para liquidez, e ativos são vendidos a qualquer preço. Estratégias de hedge baseadas em correlação tendem a falhar, porque todo o mercado corre para o mesmo lado: vender tudo e buscar caixa. E aqui, caixa significa dólar, que se fortalece enquanto tudo mais derrete.
A Berkshire Hathaway tem uma estratégia interessante nesse sentido: está sentada sobre uma montanha de caixa – superior a USD 300 bilhões no momento em que escrevo. A vantagem? Quem não tem exposição não corre risco e, portanto, não precisa de hedge. A desvantagem? Como já mencionei, não ter risco pode ser o maior risco de todos.
Se queremos manter risco, então a questão passa a ser: qual ativo oferece melhor assimetria e menor custo de hedge?
Stablecoins me parecem uma das melhores opções. Qualquer investidor pode se expor a elas no 1:1, com risco baixo (baixíssimo) de valorização e com possibilidade real de desvalorização. Já vimos USDT e USDC perderem o peg e caírem para 0,98 ou até 0,90 em alguns momentos.
Claro que, à medida que essas empresas crescem e ganham transparência, esse risco diminui. Mas…
Outra questão é a falta de instrumentos para operar esse hedge. Poucas plataformas oferecem derivativos para stablecoins, e as que existem têm liquidez muito baixa. Por exemplo, a Kraken tem um futuro perpétuo de USDT/USD, mas com menos de USD 100.000 em posições em aberto. Opções de stablecoin/USD ainda não encontrei. A Polymarket tem algumas apostas sobre depeg, mas também com baixíssima liquidez.
Isso pode indicar duas coisas. Ou estou viajando e ninguém vê valor nessa estratégia, ou ninguém quer ficar do outro lado da operação – ou seja, vendido em stablecoins. Seja como for, minha busca por essas operações continua. Para mim, hedge de caos via stablecoins parece uma excelente estratégia.
E para você? Concorda? Conhece alguma forma viável e líquida de fazer isso? Se não, qual seria o seu hedge para caos?
Abraços,
Gustavo Cunha
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