⚠️ No Controle da Tecnologia — Ou Controlados Por Ela?
O que 12 horas sem luz me mostraram 🤔💡🔌
Ontem, 28 de abril de 2025, pouco depois de eu escrever meu artigo sobre isolacionismo no contexto dos Estados, apagou tudo aqui em Portugal — e não só aqui, mas também na Espanha e em partes da França.
As razões para isso ainda estão sendo investigadas. No momento em que escrevo, a principal linha de investigação é que tenha sido um fenômeno natural, e não algo forçado, como um atentado. Mas, independentemente da causa, o sentimento que ficou não foi bom. E é sobre isso — e sobre nossa dependência da tecnologia — que quero refletir a seguir.
Quando a luz acabou ontem, achei que era algo isolado, apenas em casa. É raro, mas às vezes acontece de ligar vários equipamentos ao mesmo tempo e a energia cair. Fui ao quadro de força e percebi que o problema não era ali. Pensei então: "Pode ter sido o pagamento da energia?" — mas como está em débito automático, era improvável. Olhei para fora e vi o hall do elevador também escuro. Ok, então o problema era no prédio.
Me acalmei e continuei o dia como planejado.
Algum tempo depois, olhando grupos de WhatsApp, percebi que o fenômeno era muito mais amplo: não apenas a cidade onde moro, mas toda a Península Ibérica, partes da França, e até rumores sobre Holanda, Bélgica e Inglaterra (que foram desmentidos depois) estavam sem energia.
Como era de se esperar, as primeiras “notícias” que chegaram foram fake news. Atribuíram à CNN a informação de um suposto ataque terrorista a linhas de transmissão, o que foi desmentido poucas horas depois. Era previsível: informações falsas que causam pânico sempre chegam primeiro.
Minha filha já estava voltando para casa. Peguei o carro e fui buscar meu filho na escola. Estávamos todos juntos em casa.
Enquanto fui buscar meu filho, minha filha foi até o supermercado, mas o maior da região já tinha fechado. Um menor, segundo ela, tinha uma fila quilométrica para entrar e para pagar. Ela desistiu e voltou.
A energia voltou pouco depois das 23h — ou seja, ficamos praticamente 12 horas sem luz.
Durante esse tempo, jogamos baralho, começamos um quebra-cabeça, lemos. Fizemos muitas coisas analógicas que há tempos não fazíamos.
Um ponto que ajudou muito durante todo o dia foi o fato de a internet móvel ter continuado funcionando quase que perfeitamente. Poder se comunicar e buscar informações foi essencial. Se tivéssemos ficado também sem internet, tenho certeza de que a nossa calma teria sido muito menor.
Outros fatos interessantes:
Sem energia, não conseguimos esquentar nada (até o fogão aqui é elétrico) e também ficamos sem água (provavelmente algum motor no sistema de fornecimento parou). As velas que tínhamos eram aromáticas — ótimas para o cheiro, mas com iluminação insuficiente, como vimos após as 21h, quando escureceu.
Felizmente, foi um lindo dia de sol e calor. Se estivesse chovendo ou feito frio, tudo teria sido ainda mais difícil.
Os Ensinamentos
O primeiro ensinamento que tirei é algo que sempre procurei seguir na minha vida: não ser dependente de nada. Seja café, esporte, vinho, qualquer coisa. Quando percebo que estou "viciado" em algo, costumo dar um tempo para provar a mim mesmo que consigo viver sem aquilo. A dependência sempre me pareceu uma fragilidade.
Ontem, forçadamente, senti minha dependência de algo que não controlo nem de perto: a energia elétrica.
Em um mundo onde confiamos cada vez menos em governos, bancos e entidades públicas, será que podemos confiar plenamente nas redes de transmissão de energia?
Será que não deveríamos ter planos B para situações como essa?
Será que a vida em grandes cidades ainda faz sentido, quando não controlamos nem energia, nem água?
Discuto muito sobre como a digitalização e tokenização esta vindo com força e o quanto isso vai mudar nossas vidas, mas não estaremos desenvolvendo coisas suportadas por estacas não tao firmes?
Temos um plano B para caso essas estacas se rompam?
Essas perguntas continuam na minha cabeça.
E, de certa forma, são o oposto do que escrevi ontem no contexto dos Estados: enquanto defendo a integração entre países como forma de desenvolvimento global, no campo individual, vejo crescer em mim a necessidade de autossuficiência.
A confiança nas instituições está abalada. Casos como esse — em que um fenômeno natural ou uma falha técnica deixa milhões de pessoas vulneráveis — só reforçam essa percepção.
Vindo do Brasil, especialmente de São Paulo, talvez estejamos mais acostumados a esse tipo de situação. Quedas de energia são muito mais recorrentes do que na Europa.
Talvez, também, quem mora em São Paulo esteja mais preparado: prédios com geradores, grandes caixas d'água...
No fundo, o Brasil sempre nos treinou para sermos mais "antifrágeis" — e talvez esteja nos dando lições importantes sobre o que o mundo precisa se tornar.
Nesse sentido fiquei bastante curioso em saber como a rede de internet movel se manteve de pé nesse período. Mostrou uma resiliência e preparação incrível. Vale colocar que não foram todas as redes, mas a da MEO, que é a que tenho, ficou de pé praticamente o dia todo. Parabens para eles!
O Wake-Up Call
Hoje, poucas horas depois do ocorrido, sinto que preciso mudar algo.
Ainda não sei exatamente o quê, mas não quero voltar a sentir a vulnerabilidade que senti ontem.
Talvez começar seja simples: pensar em alternativas de energia, garantir acesso à água, ter algum dinheiro em papel em casa, repensar a dependência de sistemas que não controlo.
E essa sensação, tenho certeza, foi compartilhada por muita gente.
As imagens da televisão mostram: muitos foram pegos de surpresa — e muitos devem estar se perguntando a mesma coisa.
O trauma da pandemia ainda é recente na nossa memória. Foi há anos, mas é impossível esquecer.
A pergunta que fica é: o que realmente mudamos desde então? Estamos mais preparados?
Falo por mim: acho que não.
Apesar de algumas mudanças na minha vida nos últimos anos, muita coisa segue igual.
Talvez essa queda de energia tenha sido um teste. Talvez tenha sido o wake-up call que eu precisava para realmente agir.
E você? Está preparado?
Abraços,
Gustavo Cunha
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