🟰 Quando tudo virar commodity, o que restará?
Raciocínio de WEB3 aplicado a tudo de WEB2
Cada vez mais se consolida na minha cabeça a ideia de que tudo o que produzimos e fazemos virará commodity, ou seja, será lugar comum, facilmente copiável. Com isso acontecendo o que restará dos businesses, dos produtos, das marcas? É sobre isso a reflexão a seguir.
Dois acontecimentos foram primordiais para abrir a minha mente em relação a essa discussão. O primeiro foi quando meu filho, na época com 9 anos, ao voltar da escola no carro, veio reclamando que a professora dele de matemática explicava muito mal e que ele não tinha entendido nada do que ela tinha falado. Questionei sobre como ele ia fazer para entender ela, já que haveria prova logo em breve. A resposta dele foi a seguinte: não preciso entender ela, vou no Youtube e tem muita gente melhor que ela explicando isso! 😱
Pois é, quando entrei na faculdade as únicas fontes do conhecimento eram a biblioteca, e seus livros, e o professor. Hoje ninguém vai mais na biblioteca atras de livros e na internet temos acesso a professores de todo lugar do mundo explicando de várias formas tudo o que quisermos.
O segundo acontecimento foi a realização de que em cripto e web3 tudo é copiável. Por terem código aberto, todos os protocolos podem ser copiados e renomeados. Dá para fazer um Bitcoin-Fintrender, uma Uniswap-Fintrender, uma Open Sea-Fintrender com muito pouco trabalho. Só copiar o código dessas plataformas e renomear. Isso em cripto é comum. Mas isso não quer dizer que o ABCD-Fintrender vai ter um valor similar a plataforma de onde o código é tirado, ou que vai ter algum valor em si.
Pensando sobre esses dois casos consigo refletir e expandir para vários outros. Em um mundo onde tudo vira commodity, o que realmente vale? O que dá o valor para as coisas?
Pense do caso de uma empresa que tenha um produto. A Coca-Cola por exemplo. É uma empresa baseada em um produto em si, certo? Errado. Em termos de gosto e tudo mais a diferença entre a Coca-Cola e a Pepsi é ínfima. O que vale mesmo é a percepção de marca. O fato de você se sentir bem, incluído etc. ao tomar aquela bebida. Qual o valor da Coca-Cola? Sua comunidade!
Outro exemplo, imagina que todo o código do maior banco do Brasil fosse copiado e conseguíssemos fazer um Banco igualzinho a ele. Hoje isso não é possível pois muito dos processos desse banco ainda são manuais, mas vamos considerar que tudo já estaria automatizado. O quanto valeria esse banco novo recém-criado? Provavelmente zero, já que os clientes não viriam “automaticamente” juntos. Qual o valor do banco? Sua comunidade
Terceiro e último exemplo, qual o valor do clube de futebol que você tanto ama? Os títulos que ele ganha ou a imensidão de tempo, suor e lagrimas que você já passou a torcer por ele? Se todos os jogadores da seleção brasileira pudessem, e fossem, jogar por outra seleção você automaticamente iria torcer por essa nova seleção? Duvido. O valor da seleção brasileira está onde? Em você, na comunidade brasileira.
Sem dúvida alguma a essa altura vocês já conseguem perceber que estou levando o argumento para o extremo e essa é mesma minha intenção. Os exemplos acima têm falhas e podem ser claramente questionados, Coca-Cola tem um produto espetacular, o maior banco brasileiro tem uma reserva de mercado e não dá para copiá-lo tão fácil, sou brasileiro, pô... e por aí vai.
Essa estratégia de levar o argumento ao extremo é a forma que consigo tirar mais proveito dele e chegar às melhores conclusões para direcionar meus negócios e minha vida.
E, nesse caso, a resposta após essa jornada ficou extremamente clara.
Tudo vai virar gestão de comunidade.
Produto já é fácil ver isso. Por que você acha que as marcas de tênis hoje fazem coleções limitadas? Por que tem gente que coleciona Nike Air Jordan para garantir sua aposentadoria futura? Porque uma garrafa de agua da Liquid Death vale muito mais do que uma da Minalba ou da Nestle?
Serviços já é mais difícil. Para mim todo produtor de conteúdo é produtor de commodity. Por mais que eu goste de escrever, fazer LIVE e tudo mais que a Fintrender hoje faz, sou 1 entre milhares que fazem isso. Gosto de pensar que o que faço não é commodity, por conta de um outro aspecto, o filtro que coloco nesse conteúdo, mas será essa uma defesa para me valorizar, não desanimar e não parar de fazer? Não sei. Mas que existem milhares de conteúdos similares não tenho dúvida e o que cada vez fica mais claro para mim é que o valor da Fintrender ou meu está em você que está agora lendo e vendo os vídeos, participando, dando opinião e querendo fazer parte dessa comunidade “FinTrender”.
Esse raciocínio é a forma de pensar em Web3. Não tem propriedade intelectual. Tudo é uma construção coletiva da comunidade. De todos. Em Web2 isso é muito diferente. E se você, assim como eu, acha que Web3 está ali na porta, como acha que será essa transformação? Quem conseguirá fazer ela melhor?
Por fim, volto a pergunta para vocês... Você já fez essa reflexão na sua vida e/ou trabalho? E se tudo o que você produz hoje virasse commodity? O que você mudaria na sua empresa e vida?
Be safe! E comente abaixo! 😉
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Com web3 eu acho que não vai ser diferente.... Não vejo por que pagar alguma fee para contratos imutáveis, quando vc pode só copiar e remover a fee. (Inclusive, acho que enquanto o Uniswap não realmente testar esse conceito e ligar a fee dele, não saberemos qual a capacidade de captura de valor dele)
Na minha opinião os serviços e produtos tem uma janela de oportunidade de captura de valor. Depois desse período eles se transformam em commodity, começa uma guerra de preço, até virar um quase um "public good".
Exemplo: O conceito de SMS começou com o pager, depois custava 5 centavos pelas operadoras, até sair de graça pro consumidor final.
- Transferência interbancária custava o preço do TED e DOC, até vir o PIX
- Criar um site nos anos 90 era caríssimo, vários desenvolvedores...até vir Wordpress, Wix, AI, e sair quase de graça criar uma página simples.
Enfim, alguns exemplos que me vêem na cabeça, mas são vários outros...