🪙 Stablecoins viram as queridinhas do mercado financeiro
Entenda o porquê e o que isso muda
* Estreando minha nova coluna no Valor Investe! 🥳
** Compartilho aqui o primeiro artigo que publiquei por lá, no dia 8 de maio de 2025.
—
Nos últimos anos, as stablecoins, antes vistas como experimentações excêntricas do universo crypto, passaram a ocupar o centro das atenções no mundo das finanças tradicionais. De grandes instituições financeiras a Bancos Centrais, ninguém mais ignora seu potencial transformador.
Mas afinal, o que são stablecoins? E por que elas vêm sendo tratadas como as novas protagonistas na evolução do dinheiro? É sobre isso que trato a seguir. Vem comigo.
Segundo a definição que apresento no meu livro A Tokenização do Dinheiro, stablecoins são representações digitais de valor ancoradas em ativos estáveis, como moedas fiduciárias, e emitidas em redes blockchain, permitindo liquidação instantânea, transparência e programabilidade. Trata-se, portanto, de um novo formato de dinheiro — nativamente digital, ou melhor, tokenizado, pois opera em uma rede blockchain — que combina a agilidade das tecnologias descentralizadas com a estabilidade exigida pelas transações financeiras cotidianas.
Essa fusão entre inovação e previsibilidade tem atraído cada vez mais a atenção de players institucionais. Para bancos, fundos e empresas globais, stablecoins oferecem uma infraestrutura altamente eficiente para pagamentos internacionais, câmbio e liquidações, eliminando boa parte da fricção dos sistemas legados. Hoje, é possível enviar uma stablecoin atrelada ao dólar, como USDC ou USDT, de um celular no Brasil para outro no Congo, na China ou no Japão em questão de segundos, 24 horas, 7 dias por semana, sem as taxas elevadas e os intermediários tradicionais.
Diversas instituições financeiras já testam ou implementam essa tecnologia. E agora estamos entrando em sua fase de maturação e exponencialização. Na semana passada, por exemplo, a Mastercard anunciou a integração das stablecoins à sua rede de pagamentos, o que permitirá, em breve, que comerciantes ao redor do mundo aceitem stablecoins diretamente via seus terminais.
Outro dado revelador: o volume transacionado de stablecoins em 2024 já superou o total movimentado pela rede Visa, segundo relatório da Bitwise. E isso após um aumento de mais de 30% em relação a 2023. O movimento não dá sinais de desaceleração. Pelo contrário, os primeiros meses de 2025 mostram uma aceleração ainda mais intensa, e o anúncio da Mastercard reforça essa tendência.
No Brasil, o impacto imediato pode parecer mais sutil. Afinal, temos o Pix, uma das soluções de pagamento em tempo real mais bem-sucedidas do mundo, que resolveu grande parte das dores em transações domésticas. Mas essa não é a realidade global. Nos Estados Unidos, por exemplo, pagamentos ainda são um problema. Visa e Mastercard dominam o setor e cobram taxas significativas. A Europa também sofre com processos pouco eficientes. A China opera sob o domínio dos super apps, e a Índia criou um sistema semelhante ao Pix. Mas são exceções.
Em muitos países, como Argentina, Nigéria, Turquia e até o Brasil, as stablecoins estão ganhando espaço como reserva de valor. As duas principais stablecoins do mundo, não por acaso, são lastreadas no dólar. Em economias com inflação elevada, volatilidade cambial e restrições de acesso ao sistema financeiro, essas moedas digitais oferecem estabilidade e acesso a uma moeda forte de maneira rápida e descentralizada.
Esse uso, naturalmente, conecta stablecoins ao tema câmbio. A maioria das exchanges (corretoras de criptoativos) e vários bancos já permitem a conversão direta de moedas locais em stablecoins. No Brasil, o Itaú anunciou recentemente essa funcionalidade, deixando claro que USDC – a stablecoin que ele listou – não é a mesma coisa que o dólar. Não é mesmo, mas é bem perto e cada dia mais. E aqui entra uma dimensão delicada: ao permitir que indivíduos adquiram stablecoins e as transferiram para carteiras próprias (com custódia pessoal), essa prática se assemelha à compra de dólar em espécie, mas no ambiente digital. Isso desafia os mecanismos tradicionais de controle de fluxo de capitais.
Por isso, o Brasil trata essas transações com atenção especial. Por aqui, stablecoins são classificadas como commodities, e bancos e exchanges são obrigados a reportar o fluxo de entrada e saída. Curiosamente, somos o único país que conheço que publica dados mensais da “saída” de dólares via stablecoins.
Outro ponto importante na trajetória de crescimento das Stablecoins foi a mudança de postura dos EUA. Com a chegada de um novo presidente, Washington abandonou a resistência ao uso de stablecoins e abriu as portas para sua adoção em larga escala. O que antes era visto com cautela passou a ser entendido como ferramenta estratégica — e o mercado respondeu rapidamente.
Não podemos deixar de mencionar as CBDCs (moedas digitais de bancos centrais), que compartilham várias funcionalidades com as stablecoins, mas com diferenças importantes. As CBDCs oferecem risco de crédito praticamente nulo, mas trazem implicações econômicas e políticas mais amplas. A decisão dos EUA de não desenvolver uma CBDC nacional acabou servindo como catalisador para o avanço das stablecoins, que passaram a ocupar esse espaço com mais força e legitimidade.
Encerrando, deixo aqui um convite para aprofundar esse debate com a leitura do meu livro A Tokenização do Dinheiro, em que exploro como esses ativos digitais representam não apenas uma evolução do meio de pagamento, mas uma reconfiguração profunda das infraestruturas financeiras globais.
Estamos testemunhando uma verdadeira mudança de paradigma, não apenas no sistema financeiro, mas na forma como a internet, os pagamentos e a própria lógica da propriedade digital se estruturam. Nesse século da tokenização, praticamente tudo poderá ser representado por tokens em redes de blockchain. E o dinheiro, elemento mais fundamental dessa transformação, está liderando o caminho. Já não é futuro, é presente, em ritmo acelerado.
Vamos juntos estudar, entender, ensinar e construir esse novo capítulo da história do dinheiro.
Abraços,
Gustavo Cunha
✨ Exclusividade FinTrender ✨
🚀 Garanta sua Gota Exclusiva FinTrender, totalmente GRATUITA e celebre sua conexão especial com o universo FinTrender.
➡️ Acesse Gotas.social e use o código VALORINVESTE01 para resgatar a sua.
💡 Não perca essa oportunidade no universo Web3, powered by Gotas!
Seguimos em contato nos links abaixo:
FinTrender.com, YouTube, LinkedIn, Instagram, Twitter, Facebook e podcast FinTrender